A Reinvenção do Amor
O que faríamos se tivéssemos a chance de viajar no tempo e rever nossas últimas histórias de amor? E se, nesse momento, descobríssemos que, desmentindo nossas recordações mais queridas, os nossos ex-amores não foram realmente como imaginamos? É possível que, com o passar do tempo, tenhamos descartado as péssimas lembranças, as brigas, os atrasos constantes, o ciúme e nos concentramos apenas nos pontos positivos? Enfim, será que nossos amores aconteceram exatamente como nos lembramos?
Comédia romântica do nortista Saulo Sisnando, com direção de Fernando Philbert, direção musical de Maíra Freitas. A narrativa não linear é inspirada por grandes cenas de clássicos filmes americanos, mergulha nas mentiras de um passado romântico que contamos a nós mesmos, e acompanha a história de um escritor de peças de teatro (Marcelo Nogueira, de “A vida não é um musical”) – que só queria amar para sempre – e sua namorada inconstante (Aline Deluna, de “Josephine Baker– A Vênus Negra), que não amava o amor, mas as paixões efêmeras. Ao final do amor – porque um dia sempre acaba! – o escritor decide recontar sua história não como aconteceu, mas como ele se lembra, misturando a sua realidade com a realidade dos filmes que assistiam juntos. Fazendo com o que a plateia perca a noção do que é realidade e do que é inventado... do que foi amor puro e verdadeiro e do que foi ficção e fantasia.
“A Reinvenção do Amor”, rompe com a temporalidade, salta do presente para o passado, da Inglaterra para o Rio de Janeiro e dos Estados Unidos para a África com a rapidez de um corte cinematográfico. Eliminando as teatrais transições de cenas, a verdade e a invenção se confundem, ao passo em que o espectador percebe um jogo construído e reescrito diante de seus olhos – personagens que levam ao palco suas histórias de amor, contando não como aconteceu, mas como gostariam que tivesse ocorrido. Preso a uma última promessa romântica: a de que um dia recontaria sua história de amor no teatro. O protagonista encara a plateia na esperança de que sua verdadeira ex-namorada esteja entre os espectadores, convencendo a plateia de que não estamos apenas diante de uma peça ou de um filme, mas de uma Peça-filme-Humana e tão real que só poderia ter sido inventada.